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Os Historiadores Cristãos

Os Historiadores Cristãos

Eusébio de Cesareia (260 – 339)

Foi o principal obreiro da história cristã.

Produziu uma crónica que consistia de uma cronografia e de cânones cronológicos. A cronografia resumia a história universal povo por povo, argumentando a favor da prioridade, no tempo, de Moisés e da Bíblia. Os cânones eram tábuas cronológicas que assinalavam os sincronismos entre a história sagrada e profana. A cronologia bíblica começa com a data da criação, seguindo-se a do povo judeu até ao nascimento de Cristo, com o qual começava a história cristã. A história eclesiástica de Eusébio, bem documentada ia de Cristo até a fundação de Constantinopla. Eusébio trouxe para primeiro plano da história cristã os judeus.

Cassiodoro (487-583) Reuniu e traduziu do grego três historiadores eclesiásticos, continuadores da história de Eusébio, nomeadamente Sócrates, Sozômeno e Teodoreto. Escreveu também uma história gótica e uma crónica da época de Adão até ao ano 519.

Santo Agostinho (354 – 418) Foi o autor da primeira filosofia cristã de história. O seu livro “De Civitae Dei” (A cidade de Deus) foi uma tentativa de negar a afirmação dos pagãos segundo a qual a tomada de Roma por Odoraco e os saques dos vândalos eram motivados pelo desapego à antiga religião romana.

Paulo Orósio (até 418) Procurou mostrar em “Sete Livros de História Contra os Pagãos ”que os tempos anteriores a Cristo tinham sido muito mais tempestuosos do que os posteriores, como forma de rejeitar a ideia de que as desgraças que se abatiam sobre a sociedade romana, em especial as invasões dos bárbaros, resultavam do abandono das religiões anteriores a Cristo.

Com a obra de Eusébio e com as continuações de Sozômeno, Sócrates e Teodoreto e ainda o manual latino que deles tirou Cassiodoro formou-se o corpo da História da igreja que alimentou a idade média.

Foi do Cristianismo a autoria da primeira filosofia da história, a tentativa de determinar as leis por que se rege a história. Os seus defensores procuraram mostrar como o mundo seguiu um desígnio de Deus na sua longa preparação para o advento de Cristo. A partir desse ponto central a humanidade continuaria uma marcha de sofrimentos até ao juízo final.

Esta ideia foi exposta por S. Agostinho no seu livro “Cidade de Deus” e a demonstração coube a Paulo Orósio no seu “Sete Livros de História

Sobre os Pagãos”, uma continuação da “Cidade de Deus”. É portanto uma história providencialista, em que a evolução da humanidade aparece como providência divina.

Publicado por: Omar João Raste

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